domingo, 22 de novembro de 2009

Lambendo as feridas




Deixei-me ir

Levei meu corpo sangrando
Para longe das navalhas.

Me despi da mortalha onde minha alma se aqueceu.
Já chega de tanto corte.
De tanto medo do adeus.

Não me deixo mais!

Eu sei o que me fiz
Me esquecendo tanto de mim
Me punindo...
Eu tenho ainda comigo
Todos os golpes contínuos
Que deixei me darem.

Chega!

Faço agora como os cães
Lambendo minhas feridas para que sarem.