quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu nunca soube mesmo dizer o que foi aquilo



Eu nunca soube mesmo dizer o que foi aquilo
Um engasgo
Algo deveria ter acontecido
Mas sempre deixo pra sentir depois
Quando sozinho
As luzes cegas e um bom cobertor
Não fui feito para chorar ao vivo
Aguentei muitos baks em mim
Verdade é que logo fui embora
Os levei na bagagem
Nunca fui de pedir socorro
Sempre que tentei me arrependi muitíssimo
É como cavar a própria cova
Ter aquele olhar distante e uma frase:
-eu sei exatamente como tu te sentes
Todas as palavras de consolo sempre me pareceram vazias
Dentro de mim as coisas ecoam
É uma caverna
Como cavar a própria cova
Tentar crer que já não sou sozinha
É uma mentira tão doce
Que me enjoa.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lágrimas



Nos meus olhos de sonho existe uma melancólica lagrima que não me quer largar
Presa
Negra no canto dos olhos
Quero que ela sangre
Ela não quer sangrar
Quer ficar ali
Estática
Pitoresca
Sujando meus olhos para os outros brilhos
Dizendo:
-É tarde demais!
Que devo aceitar a crua verdade
A verdade que parasita nuns corpos
Fatigados
Num tempo caído e morno
Onde tudo é ânsia
E nada é contento.