quinta-feira, 24 de junho de 2010

Taciturno



Toco na noite os dedos úmidos na longa pausa que faz o mundo
Quando todos dormem e são só sonho
Eu sonâmbulo saio do corpo vagando nos lares meus olhos imaginários
Livro meu corpo dos outros que, na tarde, passaram por mim seus olhos nulos
Agora só eu me sei voando silencioso
Por entre tantos sem identidade
Roubando calmo o segredo noturno, para então lavar minha alma turva
Do trafego dos carros, dos sons sem mensagem alguma
Ninguém me sabe agora neste instante
Lembrando de tudo o que no dia violaram em meus sentidos
E posso então desarmar-me, novamente esquecer-me
Para então limpo entrar na nova manhã que se anuncia