quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cede a mão á este mundo




Ouçamos a canção das vozes perdidas
Nas ruas onde nosso olhar não ousa
Se te deparas quando cruzas por estes olhos com a lágrima negra da fome
Logo foges e te escondes no teu mundo de paredes bem dispostas
Onde te espera o afeto cativado a cama pronta
Ouças porem agora, um instante
Além do teu mundo de farturas
Mora este mundo seco de ruas e medo
Estão ao teu redor
Cede a mão à este mundo
Dá um pouco do que tens tanto
E então terás muito.

O tempo caminha



O tempo caminha
As ruas desertas por onde passa ecoam seus versos na solidão
Arrasta com seus pés os amores deixados e as palavras não ditas...
Vivem nas solas dos seus sapatos.
Não há ninguém, ao escutar seu passar na noite,
Que não se cale de medo e de frio
O tempo é senhor dos homens
Um senhor deveras vil
Nos leva todas as dores
Mas nos deixa em seu lugar
A lembrança.
Essa dama pálida que acorda nossa noite
E insones, somos por ela transportados...
Ao passado que não volta, mas que consome.