quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O tempo caminha



O tempo caminha
As ruas desertas por onde passa ecoam seus versos na solidão
Arrasta com seus pés os amores deixados e as palavras não ditas...
Vivem nas solas dos seus sapatos.
Não há ninguém, ao escutar seu passar na noite,
Que não se cale de medo e de frio
O tempo é senhor dos homens
Um senhor deveras vil
Nos leva todas as dores
Mas nos deixa em seu lugar
A lembrança.
Essa dama pálida que acorda nossa noite
E insones, somos por ela transportados...
Ao passado que não volta, mas que consome.

2 comentários:

  1. Muito profundo Gabriela...
    o tempo sempre deixa marcas..mexe conosco..nos transforma, mesmo q de-forma... somos folhas que se arrastam com o vento, com o tempo..
    façamos poesia-beleza com o que pudermos...nada volta.. nem nós mesmas.

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  2. Dia desses li que não existe lembrança pura do passado, que ele é sempre reconstruído.

    Isso ocorre (penso) porque vemos o passado com os sentimentos do presente.

    Por isso, não raro essas lembranças vêm acompanhadas de uma dose de arrependimento, que nos consome por não termos feito o que tínhamos vontade, por termos silenciado quando deveríamos falar, por termos freado (ainda que de modo inconsciente) nossos sentimentos com medo, insegurança e imaturidade.

    Pensa, porém, que a capacidade de realizar o agora é maior do que a lembrança daquilo que ficou para realizar no passado. Lembra? "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim" (Chico Xavier)

    Besos

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