quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu nunca soube mesmo dizer o que foi aquilo



Eu nunca soube mesmo dizer o que foi aquilo
Um engasgo
Algo deveria ter acontecido
Mas sempre deixo pra sentir depois
Quando sozinho
As luzes cegas e um bom cobertor
Não fui feito para chorar ao vivo
Aguentei muitos baks em mim
Verdade é que logo fui embora
Os levei na bagagem
Nunca fui de pedir socorro
Sempre que tentei me arrependi muitíssimo
É como cavar a própria cova
Ter aquele olhar distante e uma frase:
-eu sei exatamente como tu te sentes
Todas as palavras de consolo sempre me pareceram vazias
Dentro de mim as coisas ecoam
É uma caverna
Como cavar a própria cova
Tentar crer que já não sou sozinha
É uma mentira tão doce
Que me enjoa.

2 comentários:

  1. "Tentar crer que já não sou sozinha
    É uma mentira tão doce
    Que me enjoa".

    A mim também.

    Não vou dizer que te entendo para não parecer vazia...
    mas na minha caverna também ecoa solidão, a meu modo.

    Beijo, linda
    espero que estejas bem.

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  2. Nenhuma pessoa é capaz de sentir a alegria, ou mesmo, a dor do outro
    Ela precisaria ser o outro, para sentir verdadeiramente

    Na realidade nascemos, vivemos e morremos sós

    Os outros apenas não nos deixam cair
    Porque consolar é minimizar a dor, e não, eliminá-la.

    Cada vez mais penso que
    “Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão,
    continuaremos a nos buscar em outras metades.
    Para viver a dois, antes, é necessário ser um.” (F.P)

    Lindo e profundo, como tu

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