segunda-feira, 20 de junho de 2011

Entre as mãos e o infinito.


Minha boca escarninha.
Violenta os sorrisos que não deveriam nascer.
Prova a pólvora
Arrisca o segredo.
Espia.
Com olhos de anseio.
Um instante de nada
Um amanhecer de papel
Cuspo o veneno falso que Julieta bebeu!
Não era amor, era preciso dizer.
Suave as coisas se desfazem
Contra o peso do corpo
Contra a rua de piche.
Agüento
Mortalha de carne
Que sofre e carrega
O peso do intangível.
O mistério do desejo quando se sabe finito.
A dança frenética da paixão.
O frio medonho do medo.
A imensidão das coisas
Que eu sei agora, pequena e cansada
Não posso tocar tudo.
Nem posso querer nada.

Um comentário:

  1. Já pensou se carregássemos apenas o peso do “tangível”?
    O que seria da vida sem venenos, segredos e anseios? Mesmo sem esse amor, que depois se viu, de fato não era...
    E se não existisse o medo?
    Às vezes é preciso sofrer, morrer por dentro, para sentir que estamos vivos.
    Verdade seja dita.
    Não nos é dado o poder de querer e tocar tudo,
    Mas algo nos é permitido querer...
    Senão, prá quê tudo isso?

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