domingo, 9 de agosto de 2009

Dia de chuva




O que me dói nesse dia de chuva talvez seja inconfessável!

Um desejo de não ser corpo, um querer nunca precisar de nada.
Um sofrer minha impotência em ver sem ter força

O que me dói neste dia de chuva...

É saber que ali fora eles vão estar no frio, é saber que eu tenho um quarto...
Mas, um quarto onde não me caibo, onde meu sono não se cabe
Onde meu medo escorre as paredes úmidas.

O que me dói nessa chuva toda...

São todos os amigos que tirei da minha vida, a minha solidão de auto-penitencia
O grito no escuro de mim

A traição da carne, o medo de um dia não querer mais ver nada
Ignorar, ignorar só para seguir.

O que cai nessa água toda, o que me dói neste cinza escuro das ruas...
É o que não se lava em mim

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