terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vem mãe




Existia um segredo sobre aquela mulher
Eu logo percebi nos seus olhos este ardor de mundo fosco
Ela pousava mariposas nos cabelos soltos
E se vestia vespertina pela casa em sono

Tinha nos braços uma brancura de coisa santa
Algo de se querer enleios e não temer a morte
Nos ombros magros a pele lustrada e firme

Ninguém saberá quantos massacres aquela mulher suportou!
Nem quantos silêncios lhe engoliam a voz quando falava!

Quis voar sem dizer me
E doeu seu vôo para longe dos meus anseios.

Ai, quem saberá a dor do teu nome se não eu?
Na garganta engasgada com ganas de gritar…
Vem mãe!

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